A Colômbia tem me instigado imensamente, eu fico em ver tantas publicações de escritoras colombianas no Brasil, especialmente porque não se prendem apenas à Colômbia continental. Sim, não faltam textos que parte de um olhar para o Caribe colombiano, para os afastamentos e marginalidades de um país que a gente pouco conhece - inclusive, quero viajar pra lá pra ontem.
A literatura, esse instrumento potente de transformação social é realmente um acontecimento que nos abre mundos e realidades inimagináveis. Por isso, eu trago hoje essa lista potente que tanto me aquece o coração. Muitos textos já estão resenhados por aqui.
Coisas Piores | Margarita Garcia Robayo
trad. Silvia Massimini Félix, ed. Moinhos
Abrimos essa lista com o vencedor do prêmio Casa de Las Américas, que reconhece a literatura latino-americana e especialmente tem uma tradição pela promoção dos direitos humanos. Esse livro de contos - grandes, intensos e densos - é perturbador. Abrindo muitas camas de discussão, a escritora mostra corpos dissidentes, subjetividades em fratura e tece uma série de críticas sociais. Não há nada que esteja ruim que não possa melhorar e Margarita usa toda sua potência de escrita pra nos mostrar como. Enquanto o texto novo não sai, confira a resenha de Até que passe um furacão.
Madreselva | Ángela Cuartas
ed. Diadorim
Esse livro me pegou muitíssimo. Fiquei extremamente impactada pelo lirismo, curadoria, construção do texto e projeto estético. Ángela simplesmente arrasou na maneira como nos apresenta os contos curtíssimos e como eles vão se costurando. A mudança de estado dessa mulher que se metamorfoseia é realmente fantástica. Impacto puro e ousadia. Leia a resenha completa aqui .
Cerco Animala | Vanessa Londoño
trad. René Silva, ed. Peabiru
Esse ainda está no plano dos desejos, mas que desejos! Ansiosíssima pela leitura. Deixo o texto da editora pra vcs: No vilarejo de Hukuméiji, no norte da Colômbia, a chuva torrencial leva lama, casas e cadáveres, enquanto desperta a memória das pessoas. O corpo humano, que experimenta prazer e desejo, também conhece o horror da violência mais brutal e permanente, porque lá - como aqui - todos têm algo arrancado de si: familiares, partes do corpo, terra, afetos. No entanto, a lembrança do passado incita outras formas de se comunicar, de amar, de continuar vivendo.
A cachorra | Pilar Quintana
trad. Livia Deorsola, ed. Intrínseca
Minha xará foi a primeira colombiana que li e acho que a de muita gente. Livro bom, intenso, bem escrito e que descortina as muitas camadas de problematização da maternidade compulsória e violência de gênero. Tem resenha, é um clássico e acamado. Acho difícil alguém não gostar. Pilar é realmente uma grande escritora. Acesse aqui a resenha e me conta o que achou.
Heróis demais | Laura Restrepo
trad. Ernani Sso, ed. Companhia das letras
Quando a Laura começou a publicar no Brasil, era tudo mato. Da ordem dos desejantes, deixo também o texto da editora: oitavo livro de Laura Restrepo, traz a história clássica de um filho em busca do pai. Mas essa busca não é nada clássica, nem esse pai. Mateo, um adolescente de dezesseis anos, vai para Buenos Aires com a mãe, Lorenza, esperando encontrar o pai que não vê desde a infância. Para que Mateo entenda como e por que tudo aconteceu, Lorenza fala dos quatro anos de militância que ela e o pai de Mateo viveram, na Argentina nos tempos da guerra suja.
Cristais do Sal | Cristina Bendek
trad. Silvia Massimini Félix, ed. Moinhos
A leitura de Cristais do Sal me impressionou muitíssimo. Primeiro porque eu não conhecia a escritora, segundo porque achei um relato muito potente da Colômbia caribenha e insular. A forma como Cristina constrói sua ancestralidade e nos mostra o povo raizal é realmente algo que abre a cabeça. São tantas camadas que essa lista só poderia terminar com esse grande livro. E a resenha já está publicada.
E aí, qual outra escritora colombiana publicada no Brasil merece destaque? Conta pra mim.
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