4 escritoras equatorianas publicadas no Brasil 🇪🇨

O Equador tem surpreendido os fãs brasileiros com sua potência e ousadia, com a escrita de mulheres instigantes e textos tão desconcertantes que provocam as mais variadas reações.

Esse é o país do horror, do medo e do gótico como veículos de críticas sociais poderosas que rasuram certas estruturas do nosso tempo. E, pra ser sincera, sou apaixonadinha mesmo.


Minha lista hoje traz o perturbador, o onírico e em alguns momentos o terror urbano que nos faz pensar: caramba, isso pode realmente acontecer! com três livros em narrativa e um em poesia, aqui está minha contribuição para pensarmos de um jeito diferente sobre essa terra instigante.


Voladoras | Mônica Ojeda

ed. Silvia Massimini Félix, ed. autêntica contemporânea

 

Publicado pela todavia, esse é o segundo livro da escritora publicado no Brasil. O livro de contos intensos e perturbadores foi minha última leitura de 2023 e será a primeira resenha de 2024. Sinceramente, eu amo o jeito com que a Mônica escreve e aqui ela entrega muito sangue e crítica social. Não vou dizer que suas obras são leituras fáceis (alou Mandíbula, estou falando de você!) e conheço gente que adora a  Mônica, mas acha sua literatura muito difícil pelas camadas de violência. Pra mim, o livro traz bruxaria, estranheza, uma pegada gótica, outra gore, parece que ela flana sobre o medo com maestria. Eu gostei muito.

 


Uma nova espécie | Solange Rodríguez Pappe 

trad. René Duarte , ed. Peabiru

 

Quando eu fiz a lista de melhores leituras (e sim, eu sei que faltou muita coisa), eu tinha pra mim que esses dois primeiros livros estavam empatados. Uma nova espécie é uma aula de ficção especulativa e narrativa. Um livro de contos tão bem costurado que chegou a me tirar o fôlego. Aqui tem muita magia com as palavras, muita conjuração mesmo e muita muita muita crítica social. Solange relê, como ninguém, a lenda de La huesera, e se mostra como uma líder quase xamânica da literatura. Belíssimo. Adorei.

 



Canções do fim do mundo | Yuliana Ortiz Ruano

trad. Nina Rizzi, Edições Flecha  

 

Esse é um desejante e veio como dica da seguidora jo.readingroom. Publicado pela casa editorial independente Edições Flecha, este poemário é a estreia da escritora afrolatina (ou amefricana) Yuliana no Brasil. Com prefácio da Mônica Ojeda, que nos diz que o livro "é um cavalo, uma ferida" e que "seus poemas não têm um amanhã de cinzas, mas um agora que arde", ele  promete abalar minhas estruturas e virar um queridinho. Com a tradução da diva Nina Rizzi, tudo fica mais especial.

 


Sacrifícios Humanos | Maria Fernanda Ampuero

trad. Silvia Massimini Félix, ed. Moinhos

 

Fechei essa lista com a Ampuero porque sei que vocês a amam. Conhecida como La reina no Brasil, Maria Fernanda  não economiza na violência. Sacrifícios humanos é a minha próxima leitura e sempre acho difícil sobreviver aos textos desta escritora. Como escreve bem essa mulher! Como dói ler o que ela escreve. Difícil falar de quem é tão amada, mas ainda acredito que o gore me pega num lugar bem difícil depois que fui mãe (e isso é totalemente pessoal), mas sigo lendo. Sempre indico os textos da Ampuero e falo de aviso de gatilho porque ela é boa mesmo, mas já deixo o alerta para você não se assustar sem aviso prévio.


No mais, eu quero saber de você: qual escritora equatoriana leu e gostou? Qual publicada no Brasil você me indica? Deixa comentários, manda sinais de fumaça: eu quero te ouvir.

 

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