O romance é um mundo, um mar, uma infinidade de possibilidades. Nesta parte 2, vou te contar algumas delas.
🔥históricos: esses nos fazem conhecer figuras importantes, que foram incríveis e, as vezes, não reconhecidas no seu tempo. Como Eu Tituba, a Bruxa negra de Salém, de Maryse Condé que é simplesmente perfeitinho.
🚙 de viagem: os romances de estrada que te levam para passear, conhecer países e lugares dentro de um carro para aprofundar as relações. Quanto mais caminham para dentro dos espaços geográficos (que nunca são só geográficos) mais mostram o dentro e das pessoas. é o caso de Kramp, de María José Ferrada.
👽de ficção científica: esses desestabilizam mundos e possibilidades, vão morar em novas galáxias, tecnologias, construir utopias e distopias, ou ficam por aqui mesmo e mostram que é possível fazer tudo isso de maneira orgânica. É como em Alvorada em Almagesto, de T.P Mira-Encheverría e Gosma Rosa, de Fernanda Trías.
🎃de terror: o gore, o medo, os slashers, o psicológico, o soturno, entre tantos, que trazem a arte de desestabilizar e escorrem pelos dedos para mostrar as fraturas sociais. Temos aqui Mandíbula, de Mónica Ojeda.
🦋 de formação: são os que acompanham a vida da ou do protagonista desde a infância até a adultez e/ou a velhice. Sim, eu vou subverter e considerar Cachorro Velho um romance de formação. Conhecemos o protagonista já na velhice, mas ele nos conta sua história, suas memórias em uma história sensível e poderosa sobre a busca por humanidade e reparação. belo belo belo.
⏳️memórias de mulheres: aqui o conceito de memória está ampliado. Nos interessam os livros que desestabilizam o tempos de Chronos, entrelaçam passado-presente-e o que há de vir. Trago
o clássico Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, que nos enche os
olhos para conhecer a história dessa mulher incrível que resiste mesmo
quando não dá.
Eu poderia passar horas tratando das possibilidades. E o encantamento, o arrebatamento que me lança a este infinito certamente vcs já sabem.... a capacidade de autoras latino-americanas compreenderem nossas dores e usarem a literatura como ferramenta de transformação social.
Cabe um mundo num romance, só não cabem as fórmulas pré-estsbelecidas, nem os manuais que indicam o jeito certo de fazer. Então, só se joga mesmo e a aproveita a viagem.
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