Gosma Rosa | Fernanda Trías 🇺🇾

O dia 28 de fevereiro de 1985 ficou marcado pelo fim da ditadura do Uruguai, que prendeu, matou, cerceou e roubou a liberdade dos nossos hermanos por 12 longos anos. Por ser uma data tão emblemática da luta neste país que admiro tanto, trouxe um livro que me marcou profundamente em 2022 por sua potência e por tratar de questões que me afetam. Gosma Rosa, da Fernanda Trías, tensionou positivamente minha forma de pensar tanto a maternidade quanto a ficção especulativa. 

Primeiro, eu li esse livro em espanhol para o encontro do Ursuliñas, um grupo horizontal de escritoras e pesquisadoras latinoamericanas feministas que se dedicam a estudar a ficção científica de mulheres nesta terra que nos pertence tanto. Depois, eu li em português. Daí, veio a oportunidade de escrever uma resenha sobre ele para o site do Leia Mulheres. Eu escrevi tanto sobre ele ano passado que brinquei que poderia pedir música no fantástico, mas é encantamento profundo mesmo.

 


Lançado pela deliciosa Editora Moinhos, da qual sou muito fã, resolvi resgatar fragmentos de todas as vezes que falei de Gosma Rosa, ou Mugre Rosa em espanhol. Que felicidade! Como é bom voltar a um livro tão amado.

Em uma cidade que muito se assemelha a Montevidéu, nossa protagonista precisa aprender a lidar com um desafio de uma terra arrasada por uma pandemia (alou realidade). Fernanda Trías trata de assuntos complexos como maternidade, conflitos geracionais, relacionamentos instáveis, solidão, incerteza em um contexto de limiares entre a vida e a morte, e a precarização dos nossos tempos. Tudo isso de um jeito instigante, provocativo, faz pensar demais em como chegamos até aqui, no fim do mundo de tudo e nas tensões dos limites.

Meu grande desafio é que Mugre Rosa foi meu primeiro livro, acredito, de literatura de ficção lido em espanhol. Poesia? Sim. Teoria? Sempre. Mas um romance inteiro de ficção científica e com ares distópicos : acredito que não.

 


 

Gosma Rosa, traduzido para o português pela querida amiga Ellen Maria Vasconcellos (inclusive amei a tradução do título), desfia as teias da memória, destrincha os meandros das muitas formas de maternidade e nos ensina que deixar ir é ato de amor e autocuidado.

Convido vocês a lerem na íntegra a resenha para o Leia Mulheres, por que está belíssima e foi, inclusive, compartilhada pela editora.


sobre a autora (retirado do site da Moinhos):

Fernanda Trías é uruguaia de Montevidéu (1976). Escritora, tradutora e professora de criação literária, Mugre Rosa ganhou o prêmio residência SEGIB-Eñe-Casa de Velázquez (Espanha, 2018), o Prêmio Nacional de Literatura (Uruguai, 2020), o Bartolomé Hidalgo (Uruguai, 2021) e o Sor Juana Inés de la Cruz 2021 da FIL de Guadalajara. É o único livro da autora publicado no Brasil.



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