Você deve ter aprendido na escola que o conto é uma narrativa curta, com poucos personagens, que possui só um conflito e tem um clímax para prender quem lê. Ok, tudo isso é bem verdade, mas é verdade também que está cheio de autorias na América Latina subvertendo a lógica, escrevendo longuíssimas páginas (tem conto por aí que chega a umas 80!) ou se aventurando no poder de concisão e lançando microcontos brabíssimos e poderosos (sim, aqueles que com duas linhas matadoras nos arrebatam) .
A real é que a noção de curto, longo, denso, superficial e outras métricas parece que foram implodidas na contemporaneidade e aí, amigues, a graça é borrar os limites mesmo.
Particularmente, sou apaixonada pela experiência de ler contos e acho uma delícia pensar na engenhosidade de compilar isso para publicar um livro. Têm aqueles livros que constroem um arco narrativo com a disposição dos contos, têm os que são quase como um oráculo e dá até para você ler na ordem que achar mais bacana, sem falar nas organizações por temática e estilo.
Eu sempre acho belíssimo pensar nesta estrutura e quando vem um livro em que quase não se vê ponta solta nesta constelação de contos, como têm acontecido por aqui, dá vontade de gritar: é tetra! E quando eu digo bom estou inclusive falando de textos que desconfortam, deslocam, tiram completamente da zona de conforto. Vocês compreendem que é possível apontar tensões mesmo que a obra seja bem feita né?
Dos contos de fadas cheios de autos de moralidade, passando pelos contos fantásticos que desestabilizam as barreiras entre o insólito e o material até chegar no terror e no gore, é inegável que as autoras latinoamericanas têm simplesmente desestruturado, transmutado e dado novas tonalidades a este xodozinho de quem ama literatura.
Qual livro de contos de autoras latino-americanas você gostaria de ver conteúdo por aqui?
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